O Saci (oriundo do termo tupi sa’si), (também conhecido como Saci-Pererê, Saci-Cererê, Matimpererê , Matita Perê, Saci-Saçurá e Saci-Trique,) é um personagem bastante conhecido do folclore brasileiro. Tem sua origem presumida entre as tribos indígenas e com influências da mitologia africana e europeia transformou-se no menino travesso de uma perna só, com gorro vermelho e cachimbo na mão.
Dia do Saci
O Dia do Saci foi elaborado em 2003 através do Projeto de Lei Federal n.º 2.762 proposto pelo Deputado Aldo Rebelo. No entanto, somente mais tarde esse dia foi oficializado. Em 2013, a Comissão de Educação e Cultura elaborou o Projeto de Lei Federal n.º 2.479, que institui o 31 de outubro como sendo o Dia do Saci.
Todavia, no estado de São Paulo o Dia do Saci já tinha sido oficializado em 2004 por meio da Lei Estadual n.º 11.669. Atualmente, nesse dia muitas instituições educacionais do país propõem atividades relacionadas com essa figura folclórica. A ideia é divulgar a história do folclore brasileiro, já que muitos não conhecem as lendas que envolvem a imaginário do nosso país. Como foi introduzida há pouco tempo, o Dia do Saci ainda não é muito comemorado pelos brasileiros.
Curiosidade:
A capital nacional do Saci é a cidade de Botucatu, no interior de São Paulo. A Associação Nacional de Criadores de Saci (ANCS) tem sede no município e tem com intuito principal divulgar essa figura folclórica.
Aparência
O saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos. Sobre este último caractere, é de notar-se que, já na mitologia romana, registrava Petrônio, no Satiricon, que o píleo conferia poderes ao íncubo e recompensas a quem o capturasse.
Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas.
Monteiro Lobato
O primeiro escritor a se voltar para a figura do saci-pererê foi Monteiro Lobato (1882-1948), um dos mais influentes escritores brasileiros de todos os tempos, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de S. Paulo. Com o título de “Mitologia Brasílica – Inquérito sobre o Saci-Pererê”, Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a publicação, no ano seguinte, da obra O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.
Mais tarde, em 1921, o autor voltaria a recorrer ao personagem, no livro O Saci, seu segundo trabalho dedicado à literatura infantil e um dos primeiros da coleção Sítio do Picapau Amarelo.
Sítio do Picapau Amarelo foi adaptado pela primeira vez para a televisão em 1952, na TV Tupi. O programa ficou 11 anos no ar e foi um grande sucesso da emissora. Em 1964, o infantil ganhou uma versão na TV Cultura de São Paulo e, em 1967, na TV Bandeirantes.
Ziraldo
A Turma do Pererê foi uma série de histórias em quadrinhos brasileira publicada primeiramente em cartuns em 1959 nas páginas da revista O Cruzeiro. Seus personagens foram criados pelo autor e cartunista Ziraldo em 1958. Foi a primeira revista brasileira em quadrinhos que era totalmente colorida.
Hoje as histórias do Pererê fazem parte da memória de muitos adultos, tendo marcado uma fase na história deste tipo de publicações no Brasil. Já foi citado uma vez, que Ziraldo tirou como base as histórias do Sítio do Picapau Amarelo para criação de seus personagens
Em 12 de outubro de 1983, a Rede Globo exibiu um especial de televisão em live-action para comemorar o Dia das Crianças. O especial musical serviu como base de inspiração para o que começou a ser exibido em 2002: uma série de televisão com a mesma estrutura produzida pelo canal TVE Brasil, em parceria com o próprio Ziraldo. A série foi filmada em película de 16mm, a partir de dezembro de 1998, em 20 episódios de 20 minutos cada um, na cidade mineira de Tiradentes. O Pererê foi interpretado pelo ator Silvio Guindane. A série foi exibida originalmente entre 2002 e 2004 na TVE Brasil. Posteriormente, passou a ser exibido na TVE Brasil, na TV Cultura e em outras TVs públicas. Em 2010, a TV Brasil exibiu a segunda temporada, composta por 26 episódios, que foram exibidos até 2012, desta vez o ator que viveu o Saci foi Raphael Logam.
O primeiro ator a representar o papel foi Paulo Matozinho, no filme O Saci, adaptado do livro infantil de Lobato. A produção de 1951 da Brasiliense Filmes foi dirigida por Rodolfo Nanni . O famoso cantor Jorge Ben Jor (Foto) também encarnou o saci no especial Pirlimpimpim, de 1982. Em Pirlimpimpim 2, de 1984, foi a vez de Genivaldo dos Santos vestir a carapuça. Na televisão, as séries do Sítio do Picapau Amarelo (que adaptaram as obras de Monteiro Lobato) tiveram: em 1977 Romeu Evaristo interpretando o personagem, na série de 2001 teve Izak Dahora, que depois da reforma geral na série em 2007, foi substituido por Fabrício Boliveira. E na série animada de 2012 tivemos Fernanda Bock dublando o Saci.
Conheça mais sobre os atores que deram vida ao Saci
Paulo Matozinho (1951)
Paulo Matozinho foi o primeiro ator a interpretar o personagem Saci, no filme O Saci, adaptado do livro infantil de Lobato. A produção de 1951 da Brasiliense Filmes, dirigida por Rodolfo Nanni, foi o primeiro filme brasileiro adaptado da obra de Monteiro Lobato e também o primeiro filme infantil feito no país. O Saci estreou no Festival Internacional do IV Centenário da Cidade de São Paulo e ganhou quatro prêmios.
Romeu Evaristo (1977 – 1986)
O ator fez história ao interpretar o personagem de 1977 a 1986. Nascido no Rio de Janeiro, ele atuou em várias novelas da Globo, como Araponga (1990), Quatro por Quatro (1994) e Xica da Silva (1996). No cinema fez ao menos nove filmes, entre eles Garrincha – Estrela Solitária (2003) e Elvis & Madona (2010). Como o personagem Angolano, criou alguns bordões no humorístico Zorra Total, como “Hum… exixgente”.
Genivaldo dos Santos (Anos 70/80/2000)
Genivaldo dos Santos “SACI TRIC” e Reny de Oliveira “EMILIA”
Nascido na Bahia em 1963, teve sua perna amputada na infância e por isso foi dublê de Romeu Evaristo na primeira Versão do Sítio do Picapau Amarelo. O sucesso foi tanto que acabou ganhando um personagem, O Saci Tric. Apadrinhado pela diretora Marlene Mattos, Genivaldo virou elenco de apoio da Rede Globo, atuou em várias novelas como Felicidade, sendo muitas vezes creditado como Saci. No início dos anos 2000, Genivaldo voltou a interpretar seu maior sucesso, na versão do Sitio do Picapau Amarelo, dirigido por Roberto Talma, como dublê do ator Izak Dahora. Nas cenas que envolvem diálogo, gravadas de perto, quem aparece é o ator Izak Dahora, já as cenas que focalizam o saci a distância foram feitas por Genivaldo. “Nunca usei muleta ou cadeira de rodas, e nunca deixei de fazer nada por causa do acidente. Se for preciso até ando de patinete”, brinca ele. Genivaldo fez também Casseta e Planeta sempre aparecendo como jogador do Tabajara Futebol Clube.
Cosme dos Santos (1973)
Cosme viveu o Saci no segundo filme adaptado da história de Monteiro Lobato, O Picapau Amarelo, lançado em 1973, dirigido por Geraldo Sarno e baseado no livro de mesmo nome. Em 2012 o ator foi nomeado pelo prefeito de Rio das Ostras como secretário Municipal de Cultura.
Augusto Pompeo (1994)
O ator, que fez sua estreia na TV em 1977 na série O Espantalho, interpretou o Saci no episódio 18, “Xi! Escapou o Saci”, da série Castelo Rá-tim-bum, da TV Cultura, em 1994.
Silvio Guindane (1998)
Na adaptação para a TV das histórias de Ziraldo, o papel de Pererê coube a Sílvio Guindane. Silvio começou a atuar aos desde os onze anos de idade, tendo feito sua estreia em Como Nascem os Anjos, de 1996, que lhe rendeu vários prêmios, dentre eles um Kikito no Festival de Gramado e um Troféu Candango no Festival de Brasília. Guindane, além de ser um ator de cinema e televisão, é um artista muito assíduo no teatro brasileiro. Ao longo de sua trajetória participou de várias peças teatrais como ator, dramaturgo e diretor. Tinha 15 anos quando deu vida ao Pererê.
Izak Dahora (2001 – 2006)
Quando tinha 12 anos, o intérprete do Rio de Janeiro foi escalado para viver o travesso do gorro vermelho. Ele ficou com o papel de 2001 a 2006, na nova adaptação da série. Dahora também é professor de violino. Ele trabalhou nas novelas Eterna Magia (2007), Escrito nas Estrelas (2010) e O Astro (2011). Integrou recentemente o elenco de Os Dias Eram Assim, como o médico Domingos.
Fabrício Boliveira (2007)
Em 2007, foi a vez de outro ator baiano encarnar o Saci. Fabrício também foi o personagem Diduzinho na novela A Favorita (2008), o Titi, de Viver a Vida (2009), Cleiton, de Subúrbia (2012) e o Tadeu de Boogie Oogie (2014). Cheio de trabalhos marcantes no currículo, Boliveira marcou presença ainda no cinema em Tropa de Elite 2 (2010) e Faroeste Caboclo(2013). Brilhou também como o ator de rádio Péricles em Nada Será Como Antes (2016).
Raphael Logam (2010 – 2012)
O ator, que fez seu primeiro papel nas telonas no filme Última Parada 174, do diretor Bruno Barreto, foi o segundo pererê da segunda temporada da adaptação para a TV das histórias de Ziraldo, de 2010.
Fernanda Bock (2012 – Voz)
Fernanda Bock deu voz ao Saci na versão animada do Sítio, de 2012. Fernanda já deu voz a diversos personagens como Keiko em Três Espiãs Demais, Kimmy Shoney em Pokémon, Shoutmon em Digimon Fusion e Tina Belcher em Bob’s Burgers.
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FONTES:
VejaSP
Dublanet
AdoroCoadjuvantes
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