O Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona reuniu cerca de 2.000 pessoas em um ato histórico na cidade de São Paulo neste domingo (26), em frente a sede do Oficina e pelas ruas do bairro do Bixiga.
O “Domingo no Parque” promoveu um ‘abraçaço’ ao redor do Oficina, que também abriga um terreno do Grupo Silvio Santos. O terreno é motivo de embate há 37 anos entre o diretor Zé Celso, responsável pelo Oficina, que quer fazer da área um parque, e o grupo Silvio Santos, cujo projeto para o local é construir torres, mesmo tendo a poucos metros um terreno com um teatro fechado desde 2016, o Teatro Imprensa.
O ato aconteceu cerca de um mês após o Condephaat, órgão estadual de defesa do patrimônio, reverter uma decisão de 2016 que proibia a construção de torres, pelo grupo de Silvio Santos, no terreno vizinho do Oficina.
Organizada pelo Teatro Oficina, em parceria com a comissão Salvar o TBC, a Casa de Dona Yayá e outros espaços culturais do bairro, a manifestação foi uma resposta à especulação imobiliária da região e em defesa da manutenção desses centros de cultura.
Segundo Afonso Luz (Diretor do Museu da Cidade de São Paulo), “A luta do Oficina contra o grupo Silvio Santos não é apenas o embate de um grupo de teatro (seus atores/diretores) contra um grotesco personagem do mundo midiático. Estamos diante de uma luta da cidade contra uma violência especulativa, contra um monstro que devora nosso solo e nosso ar para fazer dele apenas uma maquinaria falsa de dinheiro e confinamento de pessoas.”
O evento contou com a presença de alguns rostos conhecidos como Denise Fraga, Pascoal da Conceição, Marcelo Tas, Dudu Pelizzari, Sérgio Mamberti, Letícia Sabatella, Renata Carvalho, Ivam Cabral, Rodolfo García Vázquez, Alexandre Borges, o cantor Otto, o professor e deputado Ivan Valente, Eduardo Suplicy, entre outros.
A festa terminou às 22h com o DJ Tutu Moraes e uma queima de fogos
IMPACTOS DAS TORRES
Existe um projeto do Grupo Silvio Santos, feito pela construtora Sisan, que pretende construir 3 torres residenciais de 100m de altura, com 3 andares de estacionamento abaixo da terra, nesta área. Essa proposta vai trazer muitos problemas para o Bixiga, para a área e para você. A vida no bairro Bela Vista está em jogo.
Com as torres virão os aumentos do custo de vida no bairro, do tráfego, transformação da paisagem do bairro, impacto sobre o rio do Bixiga e sobre a cultura do bairro
TBC
O ato aconteceu também em meio a outra polêmica, esta sobre o TBC, espaço tombado pelo patrimônio histórico há 35 anos e fechado desde 2008, quando foi comprado pela Funarte. Em agosto passado, o Ministério da Cultura anunciou que iria conceder a administração da casa à iniciativa privada.
A decisão levou artistas a criarem a comissão Salvar o TBC. O grupo e os artistas argumentam que a privatização reduziria a diversidade cultural do TBC, cuja reforma já custou à Funarte cerca de R$ 15 milhões.
No dia 04 de dezembro acontece uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, sobre o Projeto de Lei da criação do Parque do Bixiga e também o projeto para transformar o TBC em memorial do teatro Brasileiro.
Com as presenças de Zé Celso Martinez Corrêa, Sérgio Mamberti e Eduardo Suplicy em diálogo com os vereadores e órgão de patrimônio. Todos estão convidados!
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Para entender mais, confira o documentário “ATO I – A QUEDA DAS TORRES documentário em 3 ATOS”
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