Um dos principais diretores teatrais do país, Antunes Filho saiu de cena nesta quinta-feira (2), aos 89 anos. Antunes tinha câncer de pulmão em estado avançado.
José Alves Antunes Filho nasceu em no bairro da Bela Vista, em São Paulo, em 12 de dezembro de 1929. Filho de imigrantes portugueses, ele estudou direito no Largo São Francisco, mas abandonou o curso para fazer Artes Dramáticas.
Antunes começou com um grupo de amadores, e no começo dos anos 50 foi ator, produtor, adaptador, ensaiador e diretor dos tele-teatros da TV Tupi, como em O Urso, de Tchecov. Também foi presença marcante em diversos TV de Comédia. Depois, foi convidado por Décio de Almeida Prado para trabalhar como assistente de direção no TBC.
Antunes faz parte da primeira geração de encenadores brasileiros, dissidentes do Teatro Brasileiro de Comédia (O TBC), onde começou como assistente de direção em 1952, tendo lá trabalhado com nomes estrangeiros decisivos que influenciaram sua geração: Ziembinski, Adolfo Celi, Luciano Salce, Ruggero Jacobbi e Flaminio Bollini.
Seu trabalho é fortemente ligado à renovação estética, política e cênica do teatro brasileiro surgido nos anos 1960 e 1970, sobretudo com Macunaíma (1978), montagem que tornou-se referência para a geração dos anos 80. Nessa época, Antunes monta o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), cuja sede hoje se encontra no Sesc Consolação, onde tem formado diversos atores com metodologia e técnica próprias.
Grande nome do teatro, sua participação no cinema é pequena, mas não menos importante. Em 1951 ele atuou em Angêla (1951), nos Estúdios da Vera Cruz. E em 1969 dirigiu e produziu Compasso de Espera (1969). Mas o filme, que abordava um casal inter-racial (interpretado por Zózimo Bulbul e Renée de Vielmond), só seria lançado em 1973, devido a problemas com a censura durante a ditadura brasileira.
Seu corpo será velado até às 15h do dia 03 no Teatro Anchieta (SESC Consolação) e depois segue para cerimônia de cremação no cemitério da Vila Alpina, em São Paulo.
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Morre o maior e melhor encenador do teatro do cone sul das américas. A perda é gigante para todos que o acompanham. Ficará a sua obra e seu nome estará junto dos maiores que já vimos.
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