[Especial Teatros] Teatro do Absurdo

Teatro do absurdo foi o termo criado em 1961 pelo crítico húngaro, radicado na Inglaterra, Martin Esslin (1918-2002), tentando sintetizar uma definição que agrupasse  as novas obras de dramaturgos de diferentes países que, apesar de serem completamente diferentes em suas formas, tinham como centro de sua obra o tratamento de aspectos inusitados e inesperados da vida humana. Teatro do absurdo é então a designação que agrupava inicialmente as peças teatrais de vários dramaturgos europeus, principalmente no final dos anos 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial, e nos anos 1950 e 1960. É uma forma do teatro moderno que utiliza, para a criação do seu enredo, das suas personagens e de seu diálogo, de elementos do ilógico. Um dos antecessores deste procedimento dramático teria sido Alfred Jarry (Ubu Rei 1896), e entre seus principais dramaturgos Esslin destaca o romeno, radicado na França, Eugène Ionesco (1909 – 1994), o irlandês Samuel Beckett (1906 – 1989), o russo Arthur Adamov (1908 – 1970), o inglês Harold Pinter (1930-2008), o espanhol Fernando Arrabal (1932), o francês Jean Genet (1910-1986, e o estadunidense Edward Albee (1928).

 

Martin Esslin

Segundo a definição de Esslin (1961):

“O teatro do absurdo se esforça por expressar o sentido do sem sentido da condição humana, e a inadequação da abordagem racional, através do abandono dos instrumentos racionais e do pensamento discursivo e o realiza através de ‘uma poesia que emerge das imagens concretas e objetificadas do próprio palco’.”

A expressão foi cunhada por Martin Esslin (Foto), que fizera dela o título de seu livro sobre o tema, publicado pela primeira vez em 1961 e posteriormente revisto em duas edições. A terceira e última edição foi publicada em 2004, com um novo prefácio do autor no opúsculo. Na primeira edição de “O Teatro do Absurdo” Esslin viu o trabalho destes dramaturgos relacionado pelo amplo tema do absurdo, empregando “Teatro do Absurdo” de maneira similar à que Albert Camus utilizara. As peças dariam articulação artística à “filosofia” de que a vida não carrega necessariamente um significado, como ilustrado pelo “O mito de Sísifo na Grécia Antiga”.

Principais Características

Embora o termo seja aplicado a uma vasta gama de peças de teatro, algumas características coincidem em muitas das peças: um sentido tragicómico, estrutura muitas vezes semelhante ao do Vaudeville, com quadros não necessariamente conectados; alternância entre elementos cômicos e imagens horríveis ou trágicas; personagens presas a situações sem solução, forçadas a executar ações repetitivas ou sem sentido; diálogos cheios de clichês, jogo de palavras e nonsense; enredos que são cíclicos ou absurdamente expansivos; paródia ou desligamento da realidade e artifícios da well-made play (peça bem-feita, regras do século XIX de como se fazer uma peça).

Na primeira edição de Teatro do Absurdo, Esslin apresentou os quatro principais dramaturgos que definiriam o movimento como sendo Samuel Beckett, Arthur Adamov, Eugène Ionesco, e Jean Genet, e em posteriores edições, acrescentou um quinto dramaturgo, Harold Pinter, embora cada um desses escritores tivesse preocupações e técnicas únicas, que vão além do termo “absurdo”. Entre outros escritores que Esslin associava a esse grupo incluem Tom Stoppard, Friedrich Dürrenmatt, Jean Tardieu.

Alguns outros podem ser acrescentados como Georges Schehadé, Antonin Artaud e Jacques Audiberti na França, Sławomir Mrożek e Stanisław Ignacy Witkiewicz (Witkacy) (1885-1939) na Polônia, Günther Grass e Wolfgang Hildesheimer, na Alemanha.

Textos dramáticos de referência

“A Cantora Careca” – Foto da montagem do grupo Giz de Teatro

As Tetas de Tiresias de Guillaume Apollinaire, de 1917.
Ubu Rei de Alfred Jarry, 1896.
As Criadas de Genet, 1947.
Esperando Godot de Samuel Beckett, 1949.
A Cantora Careca de Ionesco, 1949.
Picnic no Front ‘de Arrabal, 1952.
O Triciclo de Arrabal, 1953.
Fando e Lis de Arrabal, 1955.
O Balcão, 1956.
Guernica de Arrabal, 1959.
Os Rinocerontes de Ionesco, 1959.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_do_absurdo

Mais sobre o grupo Giz de Teatro em :
http://www.gizdeteatro.com/
https://www.facebook.com/GIZdeteatro

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