– Acabou?!
– Acabou.
– Mas…preciso de uma explicação razoável!
– Perdi o tesão.
– Não é mais atraente? Não há mais prazer? Não é possível…
– Há muito tempo perdi estes sentimentos.
– O que posso fazer para mudar a sua…
– Não há o que fazer. Siga a sua vida que eu sigo a minha.
– Mas era tudo tão lindo!
– Não me serve mais!
– É outra!?
– Não tem outra! Simplesmente acabou!
– O que ela te ofereceu?!
– Não há outra! Eu não suporto mais tanta instabilidade, lidar com isso é duro demais! Eu tenho uma vida e preciso dela!
– Nunca amou de verdade…
– Amo tanto que estou abrindo mão.
Ele olha em volta do palco, analisa as cortinas e os refletores. Ela não se conformava, ele tem tanto talento…
– Eu preciso parar!
Ele desceu e partiu, mas antes virou para ela e gritou:
– Mas você pode! Deve continuar! Quem sabe de uma próxima… eu serei mais forte.
Nem sempre entendemos, mas há talentos que não suportam a pressão da vida artística e abrem mão deste relacionamento perigoso, porém imprescindível e duradouro para muitos.
E assim encerro a minha participação como colunista do “Atores da Depressão”. Agradeço ao Juliano Bonfim e aos que comentaram, leram ou simplesmente foram tocados de alguma forma por alguns destes singelos textos, cujo objetivo foi retratar o universo psíquico, filosófico e espiritual dos artistas, esses seres tão incompreendidos…
Mas este não é o fim da “Quarta Parede”. A partir da próxima a coluna estará disponível no Blog da Habitart.
Por Luana Manso
Revisado por Zilma Barros
Muito legal!
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