Quando o fim se aproxima, a maneira como se lida com o Tempo é mais urgente. Por isso, ao nos defrontarmos com a iminência da morte, refletimos sobre a vida, nossos valores e as escolhas que temos feito.

O nome da peça foi escolhido por serem as cinzas algo que simboliza o que não está mais vivo, mas ainda permanece de alguma forma; aquilo que resta após a morte. Cinza também é a fusão do branco (luz) – a soma de todas as cores – com o preto (sombra) – a ausência de cor.  O cinza representa, ainda, o que desbotou, algo que se desgastou com o tempo e que já não é mais o que era originalmente.

As criadoras do espetáculo têm o autor Samuel Beckett (um dos principais dramaturgos do Teatro do Absurdo) como uma instigante fonte de inspiração, pois acreditam que ele, ao mostrar a estagnação humana, nos incita a transpor o desespero e não se entregar a ele. “Para encontrar um caminho além do absurdo, é preciso atravessá-lo.” (As Peças de Samuel Beckett, de Eugene Webb).

A partir dessa importante referência, criaram um drama poético que flerta com o universo clownesco. O espaço lúdico e os princípios da comicidade trazem à superfície o que o absurdo ecoa – o reflexo de nossa existência. A poesia e o riso tornam possível entrar em contato com nossas sombras de uma maneira menos brutal, mas sem perder a densidade.

Ficha técnica
Direção, dramaturgia e interpretação – Cristiane Urbinatti e Tania Kesselman
Co-Diretor – Kleber Góes
Figurino e Cenário – essênCIA
Fotos – Allan Bravos (Lentes de Impacto)
Iluminação – Kleber Góes
Design Gráfico – Comunica.ações
Assessoria de Imprensa – Tania Tejera
Operação de luz – André Di Giácomo
Operação de som – Vicente Pereira
Realização e Produção – essênCIA

Cinza(s)
Quando: Sextas-Feiras de Novembro, às 21h (Dias: 3, 10, 17 e 24)
Onde: Viga Espaço Cênico – Sala Piscina (Rua Capote Valente, 1323 – Metrô Sumaré – Tel.: 3801.1843 – Bilheteria e café: 1h antes – 35 lugares)
Duração: 70 minutos
Ingresso: R$ 20 (Meia) e R$ 40 (Inteira)
Idade mínima recomendada: 14 anos
Grupo: essênCIA
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essênCIA é a companhia criada pelas atrizes e diretoras Cristiane Urbinatti e Tania Kesselman. O trabalho desenvolvido, tanto nos espetáculos teatrais, quanto na PERSONA – Oficina Teatral, tem como foco primordial o ator criador.  A partir de um artista munido de consciência, técnica, desassossego e paixão é que será possível gerar, de forma orgânica, uma obra que trate de questões relevantes e que possam se comunicar com o outro, de alguma maneira. Essa é a busca: atingir a essência; o que realmente importa; o que dá sentido à existência. “O resto é silêncio.”

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