A agência te liga: “Oi, Carla? Olha, nós gostamos muito do seu perfil, é exatamente de alguém como você que nossa agência precisa, você pode vir aqui terça feira conversar com nosso booker?”. Ok, quando a esmola é muita, o santo desconfia. Mas eu fui. Uma fila de atores e modelos esperavam seu horário para conversar com um dos bookers da agência.
Agência esta muito bonita, bem localizada, cheirosa (adoro lugares cheirosos), com uma recepcionista toda fashionista e música de balada tocando alto (não entendo como alguém consegue trabalhar assim). Comecei a desconfiar, não era uma agência de atores? Mas pensando bem, a situação não está fácil, se aparecer trabalho como modelo porque  não aceitar?

Após uma longa conversa com o booker que fazia questão de dizer a todo o momento como meu perfil se encaixava nos trabalhos da agência, ele solta a seguinte pérola: “Nós não cobramos taxa de agenciamento, achamos antiético, inclusive a agência investe todo mês para deixar seu material online em um site internacional. Seu único custo será de R$ 300,00 de gráfica para a confecção do composite”. WTF? Agradeci, disse que não tinha interesse e fui embora.

Em 2000 quando fiz meu cursinho de modelo ainda lá no interior, usava-se e muito o composite. Mas hoje? 2015, composite? Fiquei imaginando o produtor precisando do material dos atores para ontem (eles sempre têm muita pressa) e a agência selecionando, chamando o motoboy que vai até lá entregar… Até aí o produtor já recebeu por email o casting de outras dez agências e já até escolheu.

Sabem o que é pior? Muita gente acredita e cai nessa. Muita! Conheci algumas pessoas que pagaram pelo tal composite. Perguntei se estavam sendo chamados para muitos trabalhos. “Só figuração, e nem cobriu o custo dos R$ 300,00 ainda”. Preciso dizer mais nada, né? Corre Bino, é uma cilada!