Treze de janeiro de 2013. Naquele pequeno e aconchegante teatro, havia quase cinquenta pessoas em busca de uma participação no elenco daquela peça. Os idealizadores do espetáculo eram três jovens atores, determinados e corajosos, pois promoveram uma seleção de elenco para um espetáculo de teatro, que para eles seria grandioso… era a primeira grande produção daquela companhia teatral. Tudo era muito incerto, não havia cachê garantido e nem uma temporada fechada em um teatro conhecido. Mas a vontade foi maior que tudo!
Selecionar um elenco é arriscado, pois podemos com isso, construir a base sólida para as produções de qualquer companhia de teatro, mas também podemos ter na equipe pessoas nada confiáveis, que mesmo sendo talentosas, não possuem profissionalismo em suas atitudes. Estabilizar um grupo teatral não é fácil. Além das afinidades, respeito e lealdade, vamos lidar com a entrada e saída de muita gente. Mas o mundo das artes é uma grande roda vida, onde podemos ter a chance de trabalhar com profissionais com os quais nos identificamos.
Das primeiras tentativas de se formar um elenco até o momento atual, muitas transformações ocorreram. No começo tudo é muito passional. Com o tempo a experiência traz equilíbrio e ideias maduras e conscientes surgem. A paixão pela arte nunca deve morrer, mas chega um momento em que devemos ser profissionais, assim como ocorre quando a criança cresce, tornando-se adulta.
Treze de janeiro de 2016. Três anos depois daquele domingo em 2013, aqueles três jovens permanecem determinados, mas amadureceram devido aos ensinamentos que a arte impõe para aqueles que desejam viver dela. Daquela seleção, nem metade permaneceu na companhia. Mas tudo bem, afinal no teatro nada deve ser feito apressadamente, pois não há solidificação com a pressa. É como uma rosa vermelha, de início intensa e apaixonada, porém fechada e despreparada. Mas o tempo a faz se abrir, linda e brilhante, sendo necessário cultivá-la bem.
Texto de Luana Manso
Revisado por Zilma Barros