Dia 19 de Abril se comemora o Dia do Índio. Não sei se existe muito o que se comemorar, pois nossa história começou toda errada, e a deles foi apagada, com um massacre dos verdadeiros donos dessa terra, mas, independente disso, você sabia que os índios foram os primeiros atores brasileiros?
A origem do teatro no Brasil
O teatro brasileiro teve sua origem no século XVI, em 1564, quando o Brasil passou a ser colônia de Portugal. Os padres da chamada companhia de Jesus, os Jesuítas, vieram para catequizar os índios, e com isso trouxeram suas influências culturais como a literatura e o teatro. Este então foi usado como instrumento pedagógico, em princípio para a educação religiosa, já que os índios tinham uma tendência natural para a música e a dança, e sendo assim os Jesuítas se utilizaram de elementos da cultura indígena e perceberam no teatro o método mais eficaz como instrumento de “civilização”

Até 1584 as peças eram escritas em tupi, português ou espanhol, quando então surgiu o latim. Os autos tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, representados por personagens de demônios, santos, imperadores e algumas vezes apenas simbolismos, como o amor ou o temor a Deus. Os atores eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios.
Outros Rumos
Foi só por volta de 1838 que o teatro brasileiro tomou outros rumos, com o início do Romantismo, impulsionado por alguns grandes escritores como Martins Pena, que foi um dos pioneiros com suas comédias de costumes, Artur de Azevedo, Gonçalves Magalhães, o ator e empresário João Caetano, o escritor Machado de Assis e José de Alencar.
O desenvolvimento do teatro aconteceu quando escravos brasileiros libertados na Nigéria, em 1880, fundaram a primeira companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic Company.
Mas foi somente em 1900 que o teatro se consagrou. Embora tenha enfrentado fortes crises políticas do país, conseguiu com muita luta a sua independência. O teatro passou por momentos difíceis na época da ditadura. Entre 1937 e 1945, não fosse a ideologia populista que se manteve ativa por meio do teatro de revista, ele teria sido extinguido. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com nomes como Procópio Ferreira, Jaime Costa, Odilon de Azevedo entre outros.
Outro período importante foi quando Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do Brasil, no ano de 1938. A partir daí começam a surgir as companhias experimentais de teatro, que estendem-se ao longo dos anos, marcando a introdução do modelo estrangeiro de teatro no país, firmando então o princípio da encenação moderna no Brasil.
Em 1948 é fundado pelo italiano Franco Zampari o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia, importando técnicas e repertório, com tendências para o culturalismo estético. Já em 1957 surge o Teatro de Arena de São Paulo, a porta de entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos seguintes tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico.
Com o Golpe Militar em 1964, as dificuldades aumentam para os diretores e atores de teatro. A censura faz com que muitos artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se em outros países. Restava às gerações futuras manterem vivas as raízes já firmadas, e dar um novo rumo ao novo estilo de teatro que estaria para surgir.
Texto importantíssimo para pensarmos e agirmos com o teatro nesses devires.
Gostaria de acrescentar, neste recorte histórico, existiu o TEN – Teatro Experimental do Negro, em 1944 no Rio, trazendo ao palco as verdadeiras histórias, o povo sendo protagonista, criando, encenando e assistindo.
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